Composto na abertura do livro registra letras capitulares à direita. Estas imagens/letras foram criadas por indivíduos que vêm de culturas originalmente distantes da tradição da escrita, índios brasileiros, sociedades nas quais a oralidade foi ou ainda é o principal veículo de preservação de costumes e tradições. Desenhos de letras que, aos moldes das letras capitulares, registram uma iconografia própria da “paisagem cultural” na qual seus autores estão inseridos na atualidade.
Nos desenhos, os artistas/designers Clô Paoliello, Glória Campos e Isaura Pena convidadas pelo Projeto, criaram para o livro construções visuais, utilizando-se de fontes do alfabeto latino, trabalhando-as com recursos da computação gráfica. Deixam transparecer, todavia, “outras possíveis origens” que evidenciam marcas do hibridismo que modela a formação da cultura brasileira. Nestas construções transparecem a marca indelével da estética visual dos povos que habitam o território brasileiro desde a tomada dessas terras pelos Portugueses. Povos que produziram um desenho construtivo que é um legado para as artes e uma das importantes matrizes da visualidade e do pensamento plástico brasileiro.
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composições gráficas de “Um Alfabeto para Contar Histórias” Glória Campos e Isaura Pena: com a tipologia Frutiger Black de Adrian Frutiger e desenhos de letras do alfabeto de autoria dos Professores Índios do II Curso de Magistério.
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